quinta-feira, 19 de maio de 2011

CARTAS.

  Depois de muito tempo, finalmente um novo conto!! Desculpem pela demora, mas o tempo anda apertado, vida de estudante não é fácil. Esse foi um conto que gostei muito de escrever, demorei vários dias para chegar a um resultado que me agradasse (e vocês podem ver que nem é um conto muito grande). Esse conto nasceu de uma frase, uma única frase que foi se desenvolvendo e virou o que virou. Reescrevi o final desse texto umas quatro vezes, até que um dia desses (mais exatamente no dia 19/05) eu estava tomando banho e me veio à cabeça um final para ele, não deu outra, corri para terminá-lo. Espero que vocês gostem e boa leitura! Ah, agradeço a frase cedida por Giovanna para o começo desse conto.

  
                "E sua face era iluminada pelo único feixe luminoso presente naquela pacata noite em que a lua, um tanto quanto majestosa, imperava sobre o céu..."



Cartas.


Sua face, iluminada pelo único feixe luminoso presente naquela pacata noite em que a Lua, um tanto quanto majestosa, imperava sobre o céu, mostrava muita tranquilidade, mas sua alma, muito pelo contrário, estava em desespero. Moveu- se para o lado à procura de algo que julgava importante. Encontrando a posição certa ficou imóvel durante um bom tempo olhando para a Lua, então desviou o olhar novamente para o chão, vendo agora nada mais que os raios lunares refletidos. A reflexão nunca era igual à imagem original.
         E, naquele momento, tudo o que ela sentia era como uma reflexão, sua própria alma parecia não passar de uma reflexão, de uma imagem refletida em um lago, cuja água turva nunca para de correr e de distorcê-la. Suas mãos tremulas abaixaram-se alguns centímetros, alcançando sobre a escrivaninha o bolo de papeis que seriam tão importantes em sua vida.
         Restava agora uma única questão, será que ela deveria lê-las? Abrir aqueles envelopes seria como trazer um fantasma de volta a vida, mas seria também como tê-lo novamente ao seu lado, seria como nos velhos tempos, em que nas noites frias, como a daquele dia, eles ficavam sentados em frente à lareira, seria como se a guerra nunca tivesse recaído sobre aqueles belos campos e o tivesse levado.
         Tudo o que restava daquele que um dia fora tão amado eram aquelas cartas, cartas que ela havia pensado que nunca chegariam, mas chegaram... E agora restava aquela impertinente questão, ela não queria sofrer de novo, disso ela tinha certeza, mas talvez...
         Não importava, se ele as tinha escrito para ela e somente para ela, aquelas cartas deveriam ser lidas. Moveu um pouco mais as mãos e abriu a gaveta sob a escrivaninha, de lá tirou uma pequena faca, com a qual abriu o primeiro envelope.
         Sentando-se sobre a poltrona, iluminada apenas pelos raios da Lua, ela sorri ao ler aquelas palavras e saber que, mesmo por um tempo ínfimo, ela o terá ao seu lado novamente.


Por: Gustavo Roncoli Reigado.
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Um comentário:

  1. Gustavo, parabéns, você escreve muito bem mesmo. Adoro seus contos (:
    ps.: aposto que nem lembra mais de mim haha.

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