sábado, 12 de março de 2011

Depois do Ataque

  Esse foi outro conto que fiz e que por várias vezes tentei continuá-lo, mas ainda não cheguei a um bom resultado, quando eu chegar (se eu chegar) eu posto ele aqui e aviso que é a continuação deste conto. Espero que gostem e boa leitura!



DEPOIS DO ATAQUE.

         Estava escuro, muito escuro, nada se via naquela profunda escuridão, mas tudo se ouvia, sua respiração arfava, era rápida e inconstante, dava-me arrepios. Fiquei ali pelo que me pareceu uma eternidade, seus passos vinham em minha direção, agora eu corria, a água, batendo em meus joelhos tornava quase impossível correr ali, mas eu corria e nada mais me passava pela cabeça a não ser a idéia de que eu tinha de salvá-la, eu tinha de achá-la. O que eles queriam com ela e por quê a raptaram? Eram perguntas das quais eu não possuía respostas, mas eu iria descobrir, tinha de descobrir e tinha de encontrá-la também, eu irei procurá-la.
         Tropecei, cai na água escura e fétida do esgoto, os passos dele agora eram mais altos atrás de mim, o som de sua arma sendo preparada ecoou pelo túnel, eu saquei também a minha, preparado para o que tivesse de acontecer.
         Tinha de sair dali, não conseguiria acertar meu alvo naquele escuro, tateei as paredes a procura de uma saída, acabei achando uma fina barra de metal colada à parede, era o primeiro degrau de uma escada. Eu a subi, removi a tampa do bueiro, sai por ela. Agora eu estava em uma rua ampla e que, apesar de ser noite, estava muito bem iluminada. Corri por aquela rua durante mais um tempo, estava vazia, assim como todas as ruas e cidades depois do ataque.
         Ainda com a arma na mão eu procurava ver e ouvir tudo que se passava ao meu redor, mas parecia que ele, ou eles, não estavam mais atrás de mim. Andei mais tempo, até o cansaço me vencer, parei então em frente a um restaurante fechado. Foi fácil arrombar a porta, eu entrei e comecei a dar uma olhada em tudo, era um restaurante comum. Peguei algumas coisas e fiz algo comível no fogão. Agora eu tinha de achar um bom lugar para passar o resto da noite.
         Entrei em uma casa na esquina da rua do restaurante, era bem confortável. Escolhi um dos três quartos da moradia, saquei a arma e a coloquei sobre a cabeceira da cama, tirei a jaqueta do uniforme e me deitei, estava tão exausto, que nem mesmo a preocupação de ela estar bem ou de eles me acharem novamente, me impediu de dormir.
         Acordei de sonhos tenebrosos com o barulho de algo se quebrando. Peguei a arma sobre a cabeceira e andando devagar fui ao encontro deles. Os encontrei na cozinha, estavam xeretando e mexendo em tudo. Toda a minha raiva sobre o que eles haviam feito aflorou em mim, depois disso foi apenas impulso, entrei na cozinha atirando e parei apenas quando, o que devia ser sangue encharcava o chão. Voltei para o quarto, recoloquei o uniforme. Tinha de ir embora, logo outros estariam ali. Passei pela cozinha olhando os corpos sujos de sangue e inúteis no chão. Sai para a rua, o Sol nascia no leste. Caminhando em direção ao nascer do Sol, me lembrei de tempos felizes e de como eu a amava, mais obstinado do que nunca a encontrá-la.


Por: Gustavo Roncoli Reigado.

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